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PLAYA GRANDE, Mar del Plata / Argentina (Sábado, 8 de abril de 2023) – A nona edição do Rip Curl Pro Playa Grande entra na história, com Nacho Gundesen conquistando a primeira vitória argentina na etapa do World Surf League (WSL) Qualifying Series (QS) realizada desde 2013 em Mar del Plata, na Argentina. A hegemonia brasileira foi quebrada na decisão com Mateus Herdy, que na semifinal ganhou a primeira nota 10 da história nas ondas da Playa Grande. Na final feminina, a peruana Arena Rodriguez Vargas também festejou o primeiro título em etapas do QS, contra a jovem argentina de apenas 15 anos, Victoria Muñoz Larreta.


Nacho Gundesen (Foto: Jony Paz / Rip Curl Pro Playa Grande)

Com as vitórias inéditas nas suas carreiras, Nacho Gundesen e Arena Rodriguez Vargas lideram os rankings sul-americanos das duas etapas da temporada 2023/2024 da WSL South America. A terceira é o Punta Rocas Open Pro, que começa na próxima quinta-feira no Peru. Nacho foi o terceiro argentino a decidir o título do Rip Curl Playa Grande e o primeiro a conseguir derrotar os brasileiros nas finais. Em 2016, Leandro Usuna perdeu para Flavio Nakagima e Facundo Arreyes também terminou como vice-campeão em 2018, contra Wesley Santos.

“Estou muito feliz em ser o primeiro argentino a vencer esse campeonato. Nós esperamos tanto por isso e estou na Lua de tanta felicidade, então vamos Argentina!”, vibrou Nacho Gundesen“Eu nem consigo acreditar, mas vinha sonhando em ganhar aqui, onde mora minha família, meus amigos. A final foi com um grande amigo e estou muito feliz pela primeira vitória da Argentina. É um sentimento único e na verdade estou muito contente. Obrigado a todos que vieram na praia, quem tá assistindo ao vivo e todos que torcem por mim”.

Arena Rodriguez Vargas e Nacho Gundesen Nacho Gundesen (Foto: Jony Paz / Rip Curl Pro)

A peruana Arena Rodriguez Vargas também vibrou bastante com a sua primeira vitória no WSL Qualifying Series. No ano passado, foi no mesmo Rip Curl Pro Playa Grande que ela chegou pela primeira vez numa final, vencida pela também peruana Daniella Rosas. Na semana passada, ela decidiu o título da etapa que abriu a temporada 2023/2024 da WSL South America em Galápagos e perdeu de novo, para a equatoriana Dominic Barona. Agora, finalmente veio a primeira vitória, em sua segunda final consecutiva na Argentina.

“Estou muito feliz em ganhar meu primeiro evento aqui em Mar del Plata, que é um lugar muito especial para mim. No ano passado fiz minha primeira final aqui, agora consegui minha primeira vitória em um QS”, destacou Arena Rodriguez Vargas“As pessoas aqui são incríveis, as ondas alucinantes e estou muito feliz. No ano passado, eu me classifiquei para o Challenger Series, mas este ano não consegui, então estou correndo os QS de novo com objetivo de me classificar para o Challenger Series, para buscar uma vaga no CT”.

Arena Rodriguez Vargas (Foto: Jony Paz / Rip Curl Pro Playa Grande)

As etapas do Qualifying Series da WSL South America, são o início da caminhada para chegar na elite dos melhores surfistas do mundo. Os rankings regionais são classificatórios para o Challenger Series, o circuito de acesso para o World Surf League Championship Tour. O argentino Nacho Gundesen estava se classificando para o Challenger Series deste ano, mas acabou saindo da lista nas duas últimas etapas da temporada 2022/2023, em Fernando de Noronha (PE) e em Florianópolis (SC), onde ele mora no Brasil.

Nacho não competiu na abertura da temporada 2023/2024 no Equador. Preferiu deixar para estrear no seu país e começou bem, com uma vitória inédita na história do Rip Curl Pro Playa Grande, realizado pela marca que o patrocina. A decisão do título foi com um grande amigo, Mateus Herdy, que Nacho estava hospedando na casa dos seus pais em Mar del Plata. A bateria foi disputada onda a onda, do primeiro minuto até os últimos segundos.

DECISÃO EMOCIONANTE – O argentino pegou a primeira onda boa e mandou duas manobras fortes de frontside numa esquerda, que valeram 7,67. O brasileiro respondeu com 6,00 com duas de backside também numa esquerda. Mateus tinha conseguido a primeira nota 10 da história do campeonato com um aéreo “alley oop” nas direitas de Biologia na semifinal. Então, já arriscou os voos no início, porém sem conseguir aterrissar.

Nacho Gundesen (Foto: Jony Paz / Rip Curl Pro Playa Grande)

Nacho escolhe outra esquerda, que rende três batidas e rasgadas para somar 8,17. Com ela, abre uma sólida vantagem de 9,84 pontos. Mateus segue apostando nos voos nas direitas, erra mais alguns, mas completa um full rotation que recebe 7,87. Com essa nota, fica precisando de 7,98 nos 15 minutos finais. Nacho surfa outra esquerda boa, mas a nota 7,17 não muda nada. Mateus também surfa uma esquerda e consegue 7,03, com duas pancadas de backside.

O tempo passa e a batalha do título esquenta no minuto final. O brasileiro arriscou outro aéreo e cai, mas ainda pegou outra direita quando faltavam 16 segundos. Nessa ele acha a rampa para voar mais alto, completa o full rotation, aterrissa na espuma e fica a expectativa pela nota. Os dois saem abraçados do mar. Mateus Herdy precisava de 7,98, mas a nota sai 7,57 e a vitória de Nacho Gundesen foi confirmada por 15,84 a 15,44 pontos, com o próprio Mateus ajudando a carregar o campeão nos ombros até o pódio.

Nacho Gundesen (Foto: Jony Paz / Rip Curl Pro Playa Grande)

NOTA 10 E RECORDE DE PONTOS – Apesar do vice-campeonato, Mateus Herdy estava feliz. Especialmente pela primeira nota 10 dos 9 anos de história do Rip Curl Pro Playa Grande. Na semifinal contra o uruguaio Martin Ottado, além do “alley oop” muito alto nas direitas de Biologia, aterrissando com perfeição na base da onda, ele surfou um tubaço de backside numa esquerda, que recebeu 7,83 dos juízes. Com essa nota, se tornou o recordista absoluto com o único 10 e os 17,83 pontos na melhor apresentação do campeonato esse ano.

“As ondas estavam muito boas nessa bateria. Tinha tubos, manobras e as ondas estavam perfeitas, com o vento muito bom para os aéreos. Foi muito divertido”, disse Mateus Herdy“Eu estava um pouco nervoso no início, porque a última vez que eu vim aqui, tinha perdido em terceiro nas semifinais. Então eu queria fazer a final e ganhar o evento. Eu estava nervoso, mas as ondas estavam muito boas e consegui completar aquele aéreo, então estou feliz pelo 10”.

Mateus Herdy (Foto: Jony Paz / Rip Curl Pro Playa Grande)

Curiosamente, os dois finalistas tinham participado do Rip Curl Pro Playa Grande três vezes. A primeira do Mateus foi em 2015, ele tinha só 13 anos e ficou em 17.o lugar. Em 2016 terminou em 33.o e em 2018 foi até as semifinais, só perdendo pro campeão daquele ano, Wesley Santos. Já Nacho Gundesen não passou nenhuma bateria na sua estreia em 2016, mas no ano seguinte foi até as quartas de final. Depois, só voltou a competir em Mar del Plata no ano passado e ficou em 13.o lugar, sendo eliminado pelo campeão, Alejo Muniz.

DOMINIO PERUANO – Se Nacho Gundesen conseguiu quebrar a hegemonia brasileira, na categoria feminina Arena Rodriguez Vargas conquistou a terceira vitória consecutiva do Peru no Rip Curl Pro Playa Grande. No ano passado, ela foi vice-campeã na final peruana com Daniella Rosas, que conquistou o bicampeonato em Mar del Plata. Antes do domínio peruano, a equatoriana Dominic Barona tinha vencido as duas primeiras etapas, em 2017 e 2018.

Arena Rodriguez Vargas (Foto: Jony Paz / Rip Curl Pro Playa Grande)

A decisão dessa vez foi com a jovem Victoria Muñoz Larreta, de apenas 15 anos de idade, que surpreendeu ao derrotar a experiente peruana Melanie Giunta, 25, nas semifinais. Ela foi a segunda surfista da Argentina a chegar na final. A única tinha sido Josefina Ané em 2018. Mas, Arena Rodriguez Vargas não deu qualquer chance para a argentina e fez os recordes femininos do Rip Curl Pro Playa Grande 2023, com seu ataque explosivo nas ondas de Biologia, 16,00 pontos somando as maiores notas das mulheres, 8,67 e 7,33.

“Na verdade, estou muito contente e nem consigo acreditar. É um resultado incrível, que eu não esperava”, confessou a grande revelação do campeonato, Victoria Muñoz Larreta“Eu me senti superbem na semifinal, porque pude pegar uma onda boa no início e na verdade todas as surfistas são muito boas. Para mim, está sendo incrível competir com elas nesse campeonato e nossa, estou supercontente em chegar na final. Foi incrível e estou muito feliz”.

Victoria Munoz Larreta (Foto: Jony Paz / Rip Curl Pro Playa Grande)

Rip Curl Pro Playa Grande é uma realização do Biologia Club e homologado pela World Surf League (WSL) South America. A nona edição da etapa argentina do QS 1000 aconteceu com apoio da Rip Curl, Corona, McDonalds, Monster Energy, ENARD – Ente Nacional de Alto Rendimiento Deportivo, mardelplata #TenemosTodo, Secretaría de Deportes da Argentina e da ASA – Asociación de Surf Argentina. Mais informações, notícias e todos os resultados na página do evento no WorldSurfLeague.com.

GALERIA DOS CAMPEÕES DO QS NA ARGENTINA:
2023: Nacho Gundesen (ARG) e Arena Rodriguez Vargas (PER)
2022: Alejo Muniz (BRA) e Daniella Rosas (PER)
2020 e 2021: não aconteceu por causa da pandemia
2019: Matheus Navarro (BRA) e Daniella Rosas (PER)
2018: Wesley Santos (BRA) e Dominic Barona (ECU)
2017: Thiago Camarão (BRA) e Dominic Barona (ECU)
2016: Flavio Nakagima (BRA)
2015: Robson Santos (BRA)
2014: Alex Ribeiro (BRA)
2013: Jihad Khodr (BRA)

RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO RIP CURL PRO PLAYA GRANDE:

DECISÃO DO TÍTULO MASCULINO:
Campeão: Nacho Gundesen (ARG) por 15,84 pts (8,17+7,67) – US$ 2.000 e 1.000 pontos
2.o lugar: Mateus Herdy (BRA) com 15,44 pts (7,87+7,57) – US$ 900 e 800 pontos

SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$ 550 e 650 pontos:
1.a: Mateus Herdy (BRA) 17,83 x 11,70 Martin Ottado (URU)
2.a: Nacho Gundesen (ARG) 15,00 x 12,77 Julian Honores (ARG)

DECISÃO DO TÍTULO FEMININO:
Campeã: Arena Rodriguez Vargas (PER) por 16,00 pts (8,67+7,33) – US$ 2.000 e 1.000 pontos
2.o lugar: Victoria Muñoz Larreta (ARG) com 8,43 pts (4,60+3,83) – US$ 900 e 800 pontos

SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$ 550 e 650 pontos:
1.a: Arena Rodriguez Vargas (PER) 8,27 x 8,17 Catalina Mercere (ARG)
2.a: Victoria Muñoz Larreta (ARG) 9,26 x 9,00 Melanie Giunta (PER)

RANKINGS DE 2023/2024 DA WSL SOUTH AMERICA:

TOP-10 DA CATEGORIA MASCULINA – 2 etapas:
1.o: Nacho Gundesen (ARG) – 1.000 pontos
1.o: Alonso Correa (PER) – 1.000 pontos
3.o: Daniel Adisaka (BRA) – 800
3.o: Mateus Herdy (BRA) – 800
5.o: Samuel Joquinha (BRA) – 650
5.o: Martin Ottado (URU) – 650
5.o: Maximiliano Saenz (ECU) – 650
5.o: Julian Honores (ARG) – 650
9.o: Vitor Ferreira (BRA) – 500
9.o: Rodrigo Saldanha (BRA) – 500
9.o: Tomas Lopez Moreno (ARG) – 500
9.o: Alex Suarez (ECU) – 500
9.o: Esnaider Parrales (ECU) – 500
9.o: Anthony Cornejo (ECU) – 500
9.o: Jonathan Zambrano (ECU) – 500
9.o: Thiago Passeri (ARG) – 500

TOP-10 DA CATEGORIA FEMININA – 2 etapas:
1.a: Arena Rodriguez Vargas (PER) – 1.800 pontos
2.a: Melanie Giunta (PER) – 1.150
2.a: Julia Duarte (BRA) – 1.150
4.a: Dominic Barona (ECU) – 1.000
4.a: Kalea Gervasi (PER) – 1.000
6.a: Brianna Barhelmess (PER) – 850
7.a: Victoria Muñoz Larreta (ARG) – 800
8.a: Sophia Medina (BRA) – 650
8.a: Catalina Mercere (ARG) – 650
10.a: Vera Jarisz (ARG) – 500
10.a: Leilani Aguirre (PER) – 500
10.a: Ornella Pellizzari (ARG) – 500

CONTATO DE MÍDIA DO EVENTO:
Máximo Luis Falaschini
maxifalaschini17@hotmail.com
2235442419

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João Carvalho – WSL Latin America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com

Gabriel Gontijo – WSL Latin America Communications – ggontijo@worldsurfleague.com

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